sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Rock In Rio (Parte I)


Olá senhores!
Como muitos sabem, fui uma das milhares de pessoas que prestigiaram a alguns dos shows do Rock In Rio na semana passada. No meu caso fui no dia 02 de outubro, quando as atrações principais foram Detonautas, Pitty, Evanescence, System of a Down e Guns ‘n’ Roses. No dia posterior ao show, pensei em escrever uma resenha aqui no blog sobre minha análise (leiga) a respeito dos artistas assistidos, mas resolvi também falar um pouco sobre a diversidade do gosto musical das pessoas presentes nestes eventos e em outros similares, e sobre o comportamento de alguns. Dividirei em 2 partes para que não fique maçante.

Para começar, vamos aos shows:

Detonautas – confesso que ouvir um álbum inteiro dessa banda é um tanto maçante, algumas músicas boas com letras fortes, outras mais fracas e consequentemente enjoativas, contudo, o show dessa banda me surpreendeu. Já havia ido a um show deles há anos atrás, mas não me lembrava do quanto era contagiante ouvi-los e assisti-los. Tocaram as músicas mais conhecidas, a nova música que se chama “Combate” (achei muito boa) e ainda animaram toda a platéia com o clássico “Metamorfose Ambulante” do maravilhoso Raul Seixas, para fechar com chave de ouro tocaram ainda o instrumental de “Smells Like Teen Spirit” da banda Nirvana. Um show magnífico, que sem dúvida fez a banda mostrar o porque terem sido chamados para o palco principal.

Pitty – já fui a outros 4 shows dela anteriormente e gostei de todos, mas este não foi bom. A impressão que tive é que somente o corpo da cantora estava sobre o palco, mas não a emoção, a empolgação, a alma. Não houve troca de energia com o público, e não há explicação técnica para isso, pois o repertório foi bom, a voz estava boa, o público não estava tão cansado (ainda), apenas não aconteceu. Parecia que estava assistindo ao show de um cover da Pitty e não ao da cantora dos hits com refrões grudentos, e cheia de atitude no palco. O show foi morno e desanimado.

Evanescence – a primeira vez que assisti ao show da banda foi quando tocaram no Rio Centro em um show exclusivo deles. Foi o único show da minha vida que tive vontade de chorar de tanta emoção passada pela Amy Lee. Mas neste do Rock In Rio, a emoção foi passada em alguns momentos do show, mas em outros parecia artificial. O repertório, para quem é fã, sem dúvida foi maravihoso, pois cantaram músicas de sucesso e músicas do novo álbum que ainda nem foi lançado, mas para quem conhece superficialmente não conseguiu se animar tanto, pois acho que há diferença entre um repertório de turnê e um de festival, então neste sentido eles não mandaram tão bem. O fato de que Amy Lee parecia “perdida” no palco, prejudicou um pouco também a interação com o público, pois na demora para iniciar a próxima canção, perdíamos um pouco do ânimo. Mas tal “falha” foi explicada anteriormente pela própria Amy, que alegou estarem muito tempo afastados do palco, o que prejudicou a interação da banda.

System of a Down – não tenho o que dizer de negativo sobre este show, sem dúvida foi um dos melhores da minha vida. Um repertório maravilhoso, uma energia incrível passada pelos integrantes da banda e totalmente retribuída pelo público, uma emoção inesquecível! Para muitos que assistiram de casa, talvez não tenham conseguido captar o que foi aquele momento, mas quem estava lá sabe o que estou falando. Sem dúvida, um show que vai ficar na memória dos presentes.

Guns ‘n’ Roses – a expectativa era grande, o medo de que algo desse errado também. Se formos comparar este show com o Guns dos anos 80/ 90, sem dúvida veremos que não foi um show tão maravilhoso assim. Axl foi mais simpático do que eu esperava, a voz estava melhor do que esperava, apenas o repertório não foi tão bom. Acho que cantou excessivas músicas do álbum novo e “enrolou” demais em solos de guitarra e piano. Contudo, foi um bom show.

O curioso é que em casa assisti algumas das apresentações pelo Youtube e me supreendi com a voz do Axl e também com a do Serj Tankian, ambos ficaram com a voz “estranha” na exibição na TV, mas sinceramente não sei explicar o motivo disso. Não sei se estava emocionada demais na hora do show que não percebi, ou se realmente ao exibir na TV o som fica diferente. Mas o que me importa é que os momentos que curti lá serão inesquecíveis! Cada centavo gasto com o ingresso e também já lá no evento, valeram a pena. Muitos dirão: “Ah, esse evento só para encher o bolso de empresários de dinheiro.” Sim, isso é uma verdade. Mas se formos pensar antes de fazermos certas coisas no “para onde está indo este dinheiro”, vamos todos nos unir e viver em uma comunidade hippie! A maioria das coisas que fazemos, as coisas com as quais gastamos nosso dinheiro, TUDO é para encher bolso de empresários. A vida é uma só, se ficarmos o tempo todo feito rabugentos pensando nisso, não faremos nada e veremos a vida passar sem ter feito nada de “diferente” e prazeroso.

Na próxima postagem farei comentários não sobre os shows, mas sobre os comentários ouvidos sobre o evento...

Por enquanto...tenham todos uma ótima semana!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Uma imbecil na multidão.

Olá! Senhoras e senhores! Resolvi voltar a escrever hoje, e para isso busquei na minha memória um momento da semana passada.
Estava voltando do curso por volta de 22:00h quando passei pelo centro do bairro onde moro e vi uma cena que todos os dias observo: as pessoas que dormem no chão, no frio e que aprenderam a ignorar o que acontece ao redor. Ficam ali, sofrendo com as noites frias que nós (que temos um teto) reclamamos tanto toda noite. Temos cama, cobertor e teto, eles não. Durante o dia são catadores de latinha, de papel, pedintes, etc. À noite, forram o papelão, improvisam um travesseiro, usam as roupas mais quentes que ainda possuem e se cobrem com algum cobertor (ou não). Todos os dias passo por ali e a cena sempre me incomoda, por mais que passe muitas vezes sem comentar sobre o que estou vendo, fico pensando nos contrastes da vida e em como muitas pessoas não conseguem se sensibilizar vendo aquilo. E é com esse tipo de gente que me deparei nesse dia, porque enquanto passava ao lado de mais uma daquelas camas improvisadas onde uma senhora que devia estar na faixa dos seus 50 anos dormia, vi uma menina que caminhava um pouco mais à minha frente, jovem (entre 18 e 22 anos), acompanhada de mais alguns amigos. Essa menina passou e puxou a coberta da senhora, deixando-a exposta ao sereno e consequentemente a acordando com o susto, a senhora por sua vez, se limitou a apenas falar com uma voz fraca e sonolenta ao levantar a cabeça: "Faz isso não, menina, faz isso não..."
A menina saiu às gargalhadas, perguntando para os amigos: "Viram? Viram? Ela acordou!"; e ria mais. Os amigos se dividiram: uma da companhias dela ria junto, já o casal ficou sério, aparentando um certo desprezo pela atitude dela..

Meu ódio era tanto, que desejei o mal à ela. Não tenho o costume de ter pensamentos tão ruins e "pesados", mas em um primeiro momento foram os que eu tive. Pensava: "Essa garota merecia que alguém arrebentasse a cara dela até sangrar, merece passar fome e ir morar nas ruas para que possa acontecer com ela o mesmo que ela fez com essa senhora!"

Foi um pensamento ruim, mas incontrolável! Meu coração batia forte, meu estômago estava doendo de tanto ódio. Depois fui me acalmando e tentando reorganizar meus pensamentos, consegui passar a apenas desejar que essa menina aprendesse da melhor forma que aquilo não era certo, e que ela deveria ter compaixão por aquelas pessoas.

Não sei a que atribuo esse tipo de comportamento, se é algo natural do coração de algumas pessoas, se é criação ou reflexo de algo que aquela pessoa passou na vida. Mas acho que TODOS OS PAIS deveriam mostrar aos seus filhos desde SEMPRE como o mundo é cruel e como existem diferenças sociais, que devemos lutar com as armas que temos ao nosso alcance para que a situação dos moradores de rua mude, fazer as nossas crianças entenderem o quanto dói não ter o que comer, não ter onde morar e como é indigno um ser humano viver daquele jeito. Talvez assim, em um futuro próximo, tenhamos jovens menos IMBECIS, menos frios, e menos alheios às dores dos outros.

Compaixão e empatia são TUDO!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Impedindo um ato solidário.

Como primeiro assunto a ser apresentado, decidi falar de algo que aconteceu com um amigo (por respeito à privacidade dele, usarei o nome fictício "Ivo").

Qual a importância da doação de sangue? Resposta: ENORME. É um ato de solidariedade, de amor ao próximo, e se todas as pessoas que podem doar sangue, assim fizessem, não teríamos tanta falta nos bancos.


O Ivo é saudável e não é promíscuo, é respeitável, inteligente e sabe se cuidar. Semana passada, Ivo foi doar sangue, ao chegar no local encontrou um rapaz que perguntou se ele iria doar para alguém especificamente ou se era voluntário, ele respondeu que era voluntário. O rapaz então, pediu encarecidamente que ele doasse para o pai dele e o Ivo aceitou, sentindo-se provavelmente até mais motivado a doar, pois estaria fazendo um bem para alguém que ele sabia que estaria precisando naquele momento e que deixaria aquele filho feliz e mais aliviado. Então se dirigiu para todo o processo burocrático necessário, deu o nome, identidade e foi responder ao questionário. Conforme orientado, respondeu tudo com sinceridade.
Havia uma pergunta (que é especificamente direcionada a homens):
"Fez sexo com outro homem no período de 1 ano?"
Ivo: Sim.
"Quantos parceiros sexuais você teve nesse período de 1 ano?"
Ivo: 2
Ele inocentemente não sabia que essas duas respostas eram o suficiente para IMPEDÍ-LO de ser um doador. Ainda assim ele seguiu até a sala indicada e lá confirmou as 2 respostas mais uma vez. A médica educadamente informou que ele não poderia doar sangue em virtude disso.. Provavelmente constrangido, Ivo disse que entendia que não era culpa dela, mas que era um absurdo aquilo, pois ele sabia que não era promíscuo e era só examinar o sangue. Saiu de lá chateado, constrangido e revoltado.

Não sei se a história foi EXATAMENTE assim, mas a mensagem acredito que foi entendida. Tudo isso me deixou pensando: "Vale a pena toda essa burocracia para um ato solidário?"
Acredito sim que o número de parceiros que uma pessoa tem no período de 1 ano seja um fator importante para identificarmos algum tipo de comportamento não cuidadoso, mas isso deveria valer para qualquer tipo de relação sexual, seja ela hetero ou homossexual. O fato do meu amigo ter tido 2 parceiros no período de 1 ano foi um fator ELIMINATÓRIO, mas se ele tivesse dito que eram 2 mulheres estaria tudo bem. Por que?
Por que a pergunta não é substituída por: "Fez sexo que envolva penetração, sem preservativos no período de 1 ano?"
Eu entendo perfeitamente que existe um período em que o vírus HIV fica "encubado", e fica difícil dizer se o exame de sangue irá identificá-lo. Sei também que o número de infectados é maior no meio de homens que mantém relações sexuais com outro homem. Mas o fato dessas duas afirmações serem verdadeiras, não significa que um homem que seja hetero (ou diga que é) não tenha também o vírus "encubado" em seu corpo. O mesmo vale para mulheres que mantém relações com homens ou outras mulheres (no caso de homossexuais mulheres, a relação não é um critério eliminatório). Acho sinceramente que esse questionário pré-doação deveria ser reformulado, com perguntas que realmente pudessem SUGERIR que aquela pessoa possa ter o vírus, por causa de algum comportamento sexual "de risco".
Há risco na doação de sangue vinda de QUALQUER pessoa, não é o fato de um rapaz ter tido uma relação com um homem no período de 1 ano que dirá que ele tem mais risco de ter a doença, e ainda fazer disso um impedimento, quando muitos morrem por falta de doadores.
O ministério da saúde diz que não há mais o que chamávamos de "grupo de risco", mas se contradiz quando cria esse tipo de regra para a doação.
Acho que isso já deveria ter sido ELIMINADO há tempos. A AIDS NÃO TEM CARA! Pode existir um rapaz que tem até 10 parceiros homens diferentes dentro de 1 ano não ter o vírus, e outro homem que só teve 2 mulheres, possuir. Essa regra só mostra que a decisão do que é um comportamento promíscuo, parte do princípio que homens que fazem sexo com outro homem já podem ser considerados assim e ponto final. Num país que carrega a bandeira da luta pela igualdade, uma regra como esse é um atraso na nossa raíz.
Fiquei triste com o ocorrido, e fico imaginando quantos "Ivo's" sentem-se profundamente rejeitados com esse tipo situação.
Mas de qualquer forma, DOE SANGUE. O Ivo não pôde, então precisamos doar por ele. ;)



Para maiores informações sobre a doação voluntária, dê uma olhada no site do Hemorio

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Como muitos sabem, finalmente resolvi criar um blog. Algumas pessoas me questionaram: "Para que?"
Falo agora não por todos os blogueiros, mas por mim. Além do incentivo que alguns amigos próximos me deram (principalmente o Thiago Augusto, do blog Idéia Incomum; Joeny; Thaís; Fabiane;...), resolvi criar também por uma necessidade de me expressar. Para os que me conhecem e em algum momento conviveram comigo, sabem o quanto gosto de falar (até demais), conversar e debater. Quando mais nova, costumava extravasar tais coisas em diários, falando por horas com amigos pelo telefone ou escrevendo poesias. Hoje já não tenho paciência para diários, raramente fico horas ao telefone e infelizmente há tempos não tenho inspiração para poesias. Extravaso portanto, minhas alegrias, angústias, idéias, reflexões, sentimentos, sugestões, momentos e indignações, em foruns na internet, em conversas com alguns amigos que compartilham (ou não) algumas dessas coisas. Para talvez canalizar um pouco mais essa necessidade toda de FALAR, achei uma boa idéia criar um blog, onde poderei depositar tudo isso a hora que eu bem entender. Não limitarei o blog a nenhum assunto específico, pois nesse caso, me considero bem versátil. Posso hoje querer divagar sobre o sentido da vida e amanhã falar sobre algum show que fui e que gostei (ou não).

A escolha do nome do blog foi feita através de uma enquete. O primeiro nome escolhido foi idéia da Pâmela, mas infelizmente já existia um blog com tal nome. Então, algumas pessoas sugeriram outros, porquê eu particularmente me acho sem criatividade para esse tipo de coisa, no entanto, curiosamente o nome que ganhou foi justamente o único que eu mesma sugeri. O escolhi porquê aqui escreverei verdades, mas são as minhas verdades, que você pode ou não concordar, mas DEVE, no mínimo, refletir sobre. Não porquê eu seja a dona de uma verdade absoluta, mas porquê eu, assim como qualquer outra pessoa, carrego minhas próprias verdades, coisas que acredito, coisas que aprendi com o tempo e com situações da vida, carrego as minhas "Verdades Peculiares", que foram construídas ao longo da minha existência, e por isso, como qualquer outra verdade peculiar, merece respeito e atenção, e é claro estão dipostas aqui para que também sejam discutidas. Você pode ou não concordar com qualquer coisa que eu digo ou penso, mas tem por obrigação respeitar a mim e minhas opiniões como ser humano e cidadão de bem.
Quero através desse blog fazer uma troca, quero ousar ensinar algo, quero sem dúvida aprender algo e quero apenas dividir pensamentos em comum, se não for assim, ao menos para mim, perde o sentido.

Espero que gostem das minhas verdades, que muitas vezes nem serão tão peculiares assim...