quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Errare Humanum


Talvez este texto não seja muito interessante, mas peço licença para de certa forma, desabafar um pouco...

Completamente impelida por um atual momento em que vivo, lembrei-me dos meus erros. Não, eu não vim aqui pra escrever uma lista dos meus erros, justifícá-los, explicá-los, desculpar-me, não é este meu intuito. Quero falar sobre nossa vida pós-falhas! Eu particularmente nunca soube lidar muito bem com minhas próprias falhas, estas muitas vezes comuns e repetitivas, pois por mais que não queiramos continuamos a cometer os mesmos erros que outros outrora cometeram. Então hoje me peguei pensando em como um ser humano que possui aquelas duas “coisas”, chamadas MEMÓRIA e CONSCIÊNCIA, consegue conviver com as falhas que cometemos no passado, seja com alguém que amamos, seja com nós mesmos. Cheguei a uma simples conclusão: não há receita. Como tudo que cabe ao ser humano, esta é mais uma daquelas coisas complexas e pessoais que cada um lida de uma forma diferente...

Então, após iniciar um texto pensando em ajudar alguém a lidar com as próprias falhas, chego a conclusão de que não posso fazer isso, mas ao menos posso dizer dois pontos importantes e tão certos quanto a morte:

1-      Não há vergonha nos erros: não nos envergonhemos de errar, mas não nos orgulhemos dos erros, mas sim de termos tido a coragem de admití-los! Seja para nós mesmos, seja para o próximo. Sinceramente, essa história de só se arrepender do que não fez, é coisa de gente covarde! Temos sim que nos arrepender de nossas falhas, olhar pra trás e pensar que jamais faríamos aquilo novamente! Isso sim é AMADURECIMENTO. Errar, admitir, arrepender-se, pedir desculpas quando necessário, procurar não repetir (extremamente importante), todos esses fatores são parte do nosso crescimento. Mas NUNCA abaixe sua cabeça, não crie “escudos de perfeição”. Nossos erros nos ajudam a buscar a excelência na existência (e essa nunca será encontrada, mas ao menos devemos tentar chegar o mais próximo disto...).

2-      O olhar sobre os erros alheios: lembre-se de que da mesma forma que você está inclinado a cometer erros, arrepender-se e carregar o peso na consciência, as pessoas que você ama também estão. Então, procure não só perdoar as pessoas, mas também trabalhar junto delas para que tais coisas não voltem a se repetir. Devemos ajudar uns aos outros a viver melhor... se você sente aquela dor no coração por ter feito coisas erradas, aquele por quem você tem amor (qualquer “tipo” de amor) muitas vezes também carrega esta dor.

A vida é complicada demais, o coração humano e as relações humanas também. Estou longe de saber exatamente lidar com os erros, estou longe de ter uma receita pra isso, mas uma coisa é certa: se você não sofre de Alzheimer, não adianta tentar apagar da memória as coisas que te marcaram negativamente (e consequentemente não se pode exigir isto de alguém). NINGUÉM esquece as mágoas. A nossa única saída e buscar dia após dia a lidar com elas da melhor forma e ajudar os que amamos a fazer o mesmo.

Um grande abraço!